sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SUGANDO O NÉCTAR DA VIDA E GIRANDO...

Mudança de estação,...
É chegada mais uma oportunidade de reescrever a história pessoal, de abandonar velhos costumes, de correr novos riscos,de não ter medo de ser humano...rs de sonhar como criança, de semear por onde quer que passemos, e de ser tomado por um encantamento enorme,um deslumbramento desmedido, simplesmente pelo dom da respiração..rs pelo sorriso de quem amamos...
Agradeça mais , sorria mais, e compreenda que a vida se constrói por nossas escolhas!Paraíso ou Inferno, é uma questão de ''olhar''!

by Drull


domingo, 2 de agosto de 2009

TRANSIÇÃO

Mais um ciclo se vai, dando lugar a outro.Mais uma vez,dançamos nossa dança, em harmonia mental, energética,vibracional,com os movimentos silenciosos e majestosos do Universo...fagulhas luminosas timidamente começam a chamuscar, o calor beija com ousadia o gélido e austero Inverno derretendo-o.
Por debaixo da terra, sementes se estendem e insistem em brotar e vingar...é a vida que se manifesta após a morte.Linda, radiante, fértil e abundante!
Que nossos planos sejam direcionados com sabedoria e determinação.Que nossas realizações tragam sucesso e alegria para nós e aqueles que amamos!Abençoados sejam!

DRULL

sexta-feira, 31 de julho de 2009

IN MEMORIAM



As pessoas que amamos, se mantém vivas em nós através da lembrança.Decidi dedicar esse Post aos meus queridos pais que me ensinaram valores, princípios e sempre me acolheram, protegeram, orientaram sobre a vida, incutindo sementes que vingaram e fazem de mim diariamente uma pessoa melhor! Da mesma forma, procuro transmitir
para minha filha, afim de que ela resguarde,valorize, aquilo de mais precioso que um ser humano pode possuir: HONRA e EDUCAÇAO!

PAIXAO DE MEU PAI:
COLEGIO NAVAL



PAIXAO DE MINHA MAE:
CONVENTO SAO BERNARDINO DE SENA




PAIXAO DE AMBOS:


Pra voces com todo meu amor e carinho, e com o desejo de que estejam bailando no jardim das delícias!

ASS:" Olhos de mel"

..........................

quarta-feira, 29 de julho de 2009

ARTE NOS AROMAS

Decididamente, é espantoso perceber que em fragrancias, notas, bouquet de um perfume, podemos identificar a personalidade de quem o usa e traçar um "mosaico" de ricas informaçoes, numa viagem deliciosa e cheia de devaneios, relembrando momentos secretos e eternizados, simplesmente pelo "aroma", rss
Aos apreciadores, puro encanto...


A arte da elaboração do perfume nasceu no Egito, e transpuseram os limites dos tempos e das pirâmides, e se transformaram em um acessório apreciado pelos ricos mortais, ao invés de ser privilégio unicamente dos deuses e dos mortos; assim, os sacerdotes aos poucos transformaram seus templos em autênticos laboratórios de " Perfumes Artesanais ". Por volta de 2000 a.C., os primeiros clientes foram os faraós e os membros importantes da corte; logo, o uso do perfume se difundiu; trazendo um agradável toque de frescor ao clima quente e árido do Egito.
A necessidade de contar com essências refrescantes tornou-se tão fundamental que a primeira greve da história da humanidade foi protagonizada em 1330 a.C. pelos soldados do faraó Seti I, que pararam de fornecer unguentos aromáticos. Pouco depois (1300 a.C.), coube ao faraó Ramsés II enfrentar uma revolta de peões em Tebas, que estavam indignados com a escassez de rações de comida e de unguentos.
Os egípcios cuidavam muito de sua higiene pessoal, tinham hábito de lavar-se ao acordar, e também antes e depois das principais refeições; além de água, usavam uma pasta de argila e cinzas, a suabu, que era uma espécie precursora do atual sabonete; a seguir, friccionavam o corpo com incenso perfumado.
A necessidade de contar com essências refrescantes tornou-se tão fundamental que a primeira greve da história da humanidade foi protagonizada em 1330 a.C. pelos soldados do faraó Seti I, que pararam de fornecer unguentos aromáticos. Pouco depois (1300 a.C.), coube ao faraó Ramsés II enfrentar uma revolta de peões em Tebas, que estavam indignados com a escassez de rações de comida e de unguentos.
A partir da Espanha foi introduzido em toda a Europa durante o Renascimento. Foi na França, a partir do século XIV, onde se cultivavam flores, que ocorreu o grande desenvolvimento da perfumaria, permanecendo desde então como o centro europeu de pesquisas e comércio de perfumes.

http://levataperfumes.blogspot.com/2008/06/historia-do-perfume.html


INTERESSANTE REPORTAGEM:

"Princesa que rala
Casada com um príncipe descendente de uma das mais tradicionais famílias francesas, Marina de Bourbon vem
ao Brasil para lançar sua nova linha de perfumes e diz
que trabalha para continuar jovem "


Era uma vez uma princesa que desde pequena era apaixonada
pela natureza e seus aromas. Tão apaixonada que mantinha em
seu castelo um exuberante jardim, do qual cuidava pessoalmente.
Até que um dia ela resolveu que, a partir do cheiro das flores que cultivava, faria seu próprio perfume – um sonho que cultivava há tempos. “Comecei a fazer as misturas, mas acabava nunca dando certo. Até que uma empresa se interessou por meu projeto e, ao mesmo tempo, precisava de um nome importante para lançar uma grife”, conta Marina de Bourbon, a princesa dessa história, de 62 anos. Entre 11 e 15 de abril, Marina esteve no País para lançar a fragrância Rose Bourbon, em comemoração aos dez anos do primeiro perfume da linha, o Princesse Marina de Bourbon.

Marina é casada há 45 anos com o príncipe André de Bourbon
Parme, descendente da dinastia dos Bourbon, uma das mais antigas e tradicionais famílias da França. “Nos conhecemos na praia de St. Tropez tomando sol, por meio de amigos em comum. Já freqüentava
a alta sociedade, artistas. O luxo não foi uma surpresa”, lembra. Os Bourbon reinaram entre o final do século XVI e o início do século XIX, com exceção de pequenos períodos, como o governado por Napoleão Bonaparte. Monarcas dessa família também ocuparam os tronos da Espanha e do reino de Luxemburgo.

Mãe de três filhos e avó de seis netos, Marina diz que trabalha porque quer se manter atualizada. “Quero continuar jovem, poder entender meus filhos, meus netos, estar em contato com a realidade. Não quero ficar enfurnada dentro de casa”, diz a princesa. Marina, que trabalha desde os 19 anos, atuava como decoradora e antiquária antes de ter sua grife de perfumes. Até hoje, ela mantém uma maison de cerâmica e decoração.

Além de São Paulo, a princesa conheceu também Curitiba e Rio de Janeiro. Mas não quis saber de ser tratada com pompas de realeza. “As pessoas não têm que pensar que sou uma princesa, eu é que penso a todo instante em como as pessoas a minha volta são maravilhosas. Ser princesa é só uma questão de herança”, ensina.

texto: Jonas Furtado
foto: Piti Reali

http://www.terra.com.br/istoegente/297/reportagens/marina_bourbon.htm

segunda-feira, 27 de julho de 2009

RESPEITANDO O PŔOXIMO

Vivemos num mundo de diversidades sócio/político/étnico/religiosas e por outro lado, todos pertencemos à mesma raça chamada HUMANA.Não há como fugir dessa realidade!rs Mas, ainda me questiono, por quê a intolerancia e agressividade ainda prevalecem? Afinal, estamos no auge da EVOLUÇAO de nossa Civilizaçao!!!Novos avanços em todos os ramos científicos:mapeamento do código que decifra a espécie,conquistas territoriais espaciais,contudo, de forma intrigante, prevalecem atitudes que levam esse mesmo ser, a ficar enjaulado,isolado, por ameaçar, ferir e matar seus semelhantes com atitudes irracionais!Quanto antagonismo...
Qual a concepçao de "respeito" e a INTENSIDADE da palavra "próximo"?
Ainda estou tentando descobrir e assimilar racionalmente, porque na verdade,apenas SINTO...
Agora deixo para apreciação a beleza multicultural, desse intrigante e tão controverso, SER HUMANO.
O encantamento, está na história de cada povo e suas origens.Isso é sagrado!Deve ser reverenciado.Pense...

DRull

CULTURA ANDINA




CULTURA ITALIANA




CULTURA PORTUGUESA




CULTURA GREGA




CULTURA RUSSA



CULTURA IRLANDESA




CULTURA JAPONESA




CULTURA JUDAICA




CULTURA CIGANA



CULTURA INDIANA



CULTURA ÁRABE

CULTIVANDO DELICADAS SEMENTES



Dentre tantas nuances e tons de palavras, músicas e reflexões, no post anterior frisei o ESPELHO VERMELHO ( CORAÇÃO), como sendo a matriz das revelações mais secretas ao andarilho, buscador de si mesmo.E como nao poderia deixar de ser,surge a semente que o Rouxinol do Conto de Oscar Wilde soube cultivar, mesmo que por breves momentos...contudo, com a mais perfeita intensidade:o AMOR...
Todos os dias, essa preciosa semente suspira para ser regada, afim de que assim, se renove até mesmo, nos dias mais frios do Inverno da vida humana.
Fica para deleite, uma música que para mim e meu amado, soa como delicados suspiros de almas enamoradas!...Boa apreciaçao!

Drull

ESPELHO VERMELHO



Descendo ainda mais aos degraus do Submundo psíquico, deparamo nos com o oráculo.Aquele que nos responde as verdades, através da pulsaçao e do ritmo...
Nao há como profanar...mas sim, entender que no labirinto interior somos vítimas e heróis de nós mesmos!A jornada é pessoal, os passos a serem dados devem trazer harmonia e equilibrio.Nao há bondade absoluta nem malefício eterno!!!rs...Céu e inferno sao estados da alma.Do fato de SER HUMANO! rs...O equilíbrio se revela pela ausencia de excessos e pelo profundo auto conhecimento!!! Conte com Chronos, porque a jornada é longa...
Por HORA, findam se as meditaçoes, porém, um aviso: CUIDADO COM REFLEXOS! rs

DRULL

MEDITANDO COM PERSÉFONE

Todos nós passamos por um momento de "rompimento de padroes internos" e mergulhamos nos nossos instintos mais obscuros buscando entender o que as sombras tem a nos ensinar.Isso é completude!Aceitar a si mesmo na totalidade,refinar e reconhecer o que ainda se revela embrutecido,vicioso e desequilibrador na nossa psiqué.
Para este exercício é necessário a nudez diante do espelho.A coragem de ver os reflexos disformes e ler suas mensagens.Compreender seus sussuros e motivaçoes...
Esse é o passeio do mito de Perséfone...descobrindo em Hades, sua face mais obscura e oculta...encarando sua sombra interior! Lendo as formas, identificando suas fraquezas e fortalezas! DRULL


Continuando a dança interior...sem reservas ou medo!Pois assim tem que ser!...caminhando e se encontrando...no recondito da alma,em busca de respostas.

A ARTE DA VIDA

A vida e a arte se mesclam e nos convidam a bailar uma sinfonia encantadora, que nos possibilita em cada rodopio, uma infinidade de sensaçoes e percepçoes. Se focarmos nossos olhos apenas na "moldura" ou no "fundo" da obra, será quase impossível entender o TODO ou vislumbrar o sentimento do artista e absorver cada gota delicada, da essencia que nos alimenta e nos conduz á mensagem oculta...e em algum momentos, nossas mentes e coraçoes se fundem num só e alcançamos o extase da sensaçao de pertença e cumplicidade.Em alguns momentos passamos de meros comtempladores a participantes, interativos, dessa magia toda!Portanto, nao murmure, nao maldiga, nao esbofeteie a si mesmo, porque se há folego na narina, força nas pernas,e olhar de artista...haverá também o entendimento que voce caminha num chao de aquarela, dançando nas estaçoes.Pinte sua própria tela!Celebre tua vida com Arte! by DRUll


Nessa aquarela de matizes diversas,descortinamos os mistérios da alma,do outro, de tudo que nos circunda!
OUSADIA é a senha...rs rs rs Quem se habilitaria...rs

O ROUXINOL E A ROSA



- Ela disse que dançaria comigo se eu lhe levasse rosas vermelhas - lamentou-se o jovem Estudante. - Mas, em todo o meu jardim, não há nenhuma rosa vermelha.

De seu ninho, no alto de um azinheiro, o Rouxinol o ouviu e, admirado, olhou por entre as folhas.

- Nenhuma rosa vermelha em todo o meu jardim - lamentou-se. E seus lindos olhos se encheram de lágrimas. - Ah, como é frágil a felicidade! Li tudo que os sábios escreveram. Sei de todos os segredos da filosofia. Mesmo assim, por falta de uma rosa vermelha, sou um desgraçado nesta vida.

- Enfim, um verdadeiro amante - disse o Rouxinol. - Noite após noite cantei canções em seu louvor, sem nunca tê-lo conhecido. Noite após noite contei sua história às estrelas e agora o vejo. Tem os cabelos escuros como a flor do jacinto e os lábios vermelhos como a rosa que lhe falta, mas a paixão deixou-lhe o rosto pálido como o marfim e a tristeza selou seu semblante.

- O Príncipe dará um baile amanhã à noite - murmurou o jovem estudante - e minha amada estará entre os convidados. Se eu lhe levar uma rosa vermelha, dançaremos até o alvorecer. Se eu lhe levar uma rosa vermelha, tomá-la-ei em meus braços e ela deitará a cabeça em meu ombro e em minha mão pousará a sua. Mas, não há rosas vermelhas em meu jardim. Por isso, eu me sentarei sozinho em um canto e ela nem tomará conhecimento de mim. Ela passará por mim sem me notar e meu coração se partirá.

- Aí está, de fato, o verdadeiro amante - disse o Rouxinol. - As canções que canto, ele as vive em sofrimento. As histórias com que me alegro são as de sua dor. O Amor é mesmo maravilhoso. É mais precioso que os diamantes e mais estimado que a mais fina opala. Pérolas e romãs não podem comprá-lo, nem se pode encontrá-lo nos mercados. Os comerciantes não o vendem e a balança não é capaz de medir seu peso em ouro.

- Os músicos se sentarão em suas galerias - disse o jovem estudante -, farão soar as cordas de seus instrumentos e minha amada dançará ao som das harpas e violinos. E ela dançará tão suavemente que seus pés não tocarão o chão. Os cortesãos, em seus trajes festivos, formarão rodas em torno dela. Mas, comigo ela não dançará, porque eu não tenho uma rosa vermelha para lhe dar.

Atirou-se então na grama, enterrou o rosto nas mãos e caiu em pranto.

- Por que ele está chorando? - perguntou um pequeno Lagarto Verde, ao passar ao seu lado com a cauda levantada.
- É. Por quê? - disse uma Borboleta, que voejava em busca de um raio de sol.
- É. Por quê? - sussurrou uma margarida a outra, a voz suave e delicada.
- Ele está chorando por uma rosa vermelha - disse o Rouxinol.
- Por uma rosa vermelha? - exclamaram. - Que ridículo atroz!

E o pequeno Lagarto, que era um tanto quanto cínico, caiu na gargalhada. Mas o Rouxinol sabia o segredo da tristeza do Estudante e pousou em silêncio no galho de um carvalho, refletindo sobre o mistério do Amor. De repente, ele abriu as asas castanhas e alçou vôo. Passou pelo pequeno bosque como uma sombra, e como uma sombra cruzou o jardim. No centro do gramado, havia uma bela Roseira. E, quando ele a viu, voou em direção a ela e pousou em um de seus ramos.

- Dê-me uma rosa vermelha - pediu - e eu lhe cantarei a mais bela canção.

A Roseira, porém, sacudiu a cabeça.

- Minhas rosas são brancas - respondeu -, brancas como a espuma do mar e mais brancas que a neve que cobre a montanha. Mas vá ter com minha irmã que mora ao redor do velho relógio de sol. Talvez ela tenha o que você quer.

O Rouxinol então voou até a Roseira que morava ao redor do velho relógio de sol.

- Dê-me uma rosa vermelha - pediu - e eu lhe cantarei a mais bela canção.

A Roseira, porém, sacudiu a cabeça.

- Minhas rosas são amarelas - respondeu -, amarelas como os cabelos da sereia que reina em seu trono de âmbar e mais amarelas que o narciso que floresce nos campos antes que o ceifador venha com seu alfange. Mas vá ter com minha irmã que mora embaixo da janela do Estudante.

O Rouxinol então voou até a Roseira que morava embaixo da janela do Estudante.

- Dê-me uma rosa vermelha - pediu - e eu lhe cantarei a mais bela canção.

A Roseira, porém, sacudiu a cabeça.

- Minhas rosas são vermelhas - respondeu -, vermelhas como as patas das rolinhas e mais vermelhas que as grandes flores-de-coral que serpeiam nas profundezas do oceano. Mas o frio do inverno gelou minhas veias, a geada queimou meus botões e a tempestade quebrou meus ramos. Por isso, nenhuma rosa terei este ano.

-Tudo o que eu quero é uma rosa vermelha - desesperou-se o Rouxinol -, uma única rosa vermelha! Será que não há nenhum meio de conseguí-la?
- Há um meio - respondeu a Roseira -, mas é tão terrível que não ouso contar-lhe.
- Conte-me - disse o Rouxinol. - Não tenho medo.
- Se você quer uma rosa vermelha - prosseguiu a Roseira -, terá de cantar à luz do luar até nascer uma rosa, e tingí-la com o sangue de seu coração. Você terá de cantar para mim com o peito comprimido contra um espinho. Por toda a noite terá de cantar para mim com um espinho cravado no coração, até que o sangue que lhe dá vida corra em minhas veias e se torne meu.

- A Morte é um alto preço a se pagar por uma rosa vermelha - queixou-se o Rouxinol -, e a Vida é por todos estimada. Encanta-me pousar na verde relva e contemplar o Sol em sua carruagem de fogo e a Lua em seu rosário de pérolas. Doce é o perfume do jasmim; doces os lírios-do-vale e as magriças que desabrocham nas colinas. Ainda assim, o Amor é melhor que a Vida. E como pode o coração de um passarinho comparar-se ao de um homem?

Ele então abriu as asas castanhas e alçou vôo. Passou pelo jardim como uma sombra, e como uma sombra cruzou o pequeno bosque.

O jovem Estudante continuava estirado na grama, onde ele o deixara, e as lágrimas ainda não haviam abandonado seus lindos olhos.

- Alegre-se - disse o Rouxinol -, alegre-se; você terá sua rosa vermelha. Cantarei à luz do luar até nascer uma rosa e tingí-la-ei com meu próprio sangue. Tudo que lhe peço em troca é que seja um verdadeiro amante, pois o Amor é mais sábio que a Filosofia (e quão sábia é ela...) e mais forte que o Poder (e quão forte este é...). As asas do Amor são da cor do fogo e, como o fogo, colorido é o seu corpo. Doces como o mel são seus lábios e seu hálito é como o incenso.

O Estudante, deitado na grama, levantou os olhos e ouviu, mas não entendeu o que o Rouxinol lhe dizia, pois não era capaz de compreender senão as coisas que se escrevem nos livros. O Carvalho, porém, entendeu. E se entristeceu, porque muito estimava o pequeno Rouxinol que um dia havia feito um ninho em seus galhos.

- Cante-me uma última canção - suplicou -, sentirei muita solidão quando você partir.

O Rouxinol então cantou para o Carvalho, e sua voz era como água vertendo de um jarro de prata. Quando o Rouxinol terminou sua canção, o Estudante levantou-se e sacou de seu bolso um caderno e um lápis.

Ele tem método - pensou o estudante, enquanto atravessava o pequeno bosque a caminho de casa - isso não se lhe pode negar; mas terá sentimento? Temo que não. Na verdade, ele é como a maioria dos artistas: sobra-lhe estilo e lhe falta sinceridade. E não se sacrificaria por outros, pois pensa apenas na música. Todo mundo sabe que a arte é egoísta. Não obstante, deve-se admitir que há belas notas musicais em sua voz. É uma pena que nada signifiquem e que de nada sirvam.

Entrou então em seu quarto, deitou-se em sua cama de palha e começou a pensar na amada. Um pouco depois, adormeceu.

E quando a Lua brilhou no céu, o Rouxinol voou até a Roseira e lançou-se de encontro ao espinho. Por toda a noite ele cantou com o espinho em seu peito, e a fria Lua de cristal inclinou-se e escutou. Por toda a noite ele cantou, o espinho cravando cada vez mais fundo no peito, até que seu sangue se exauriu.

Ele primeiro cantou o amor que nasce no coração de dois jovens. E no mais alto ramo da Roseira, uma linda rosa desabrochou. Uma a uma, as pétalas despontavam, assim como uma a uma soavam as canções. De início, a rosa era alva como a bruma que cobre o rio - alva como a face da manhã e cor de prata como as asas da aurora. Reflexo de uma rosa em um espelho de prata ou em uma lagoa de cristal, assim era a flor que nasceu no mais alto ramo da Roseira.

Mas a Roseira rogou ao Rouxinol que apertasse ainda mais o peito contra o espinho.

- Aperte mais, pequeno Rouxinol - disse a Roseira -, ou o dia nascerá antes que a rosa esteja pronta.

O Rouxinol então pressionou ainda mais o peito contra o espinho. E cada vez mais alto soava sua música, pois cantava a paixão que nasce na alma de um homem e de uma donzela.

As pétalas coraram-se de um delicado tom de rosa, como o que cora a face do noivo quando ele beija os lábios da noiva. Mas, como o espinho ainda não atingira o coração do passarinho, o da rosa continuava branco, pois apenas o sangue do coração de um Rouxinol pode enrubescer o coração de uma rosa.

E a Roseira rogou ao Rouxinol que apertasse ainda mais o peito contra o espinho.

- Aperte mais, pequeno Rouxinol - disse a Roseira -, ou o dia nascerá antes que a rosa esteja pronta.

O Rouxinol então pressionou ainda mais o peito contra o espinho. E o espinho tocou seu coração, infligindo-lhe uma dor atroz. Cruciante, intolerável era a dor e cada vez mais frenética era a música, pois que ele cantava o Amor que a Morte torna perfeito, o Amor que no túmulo não morre.

E a linda rosa era agora escarlate, como a rosa que nasce no leste. Escarlate era a coroa de pétalas e rubro como um rubi era o seu coração.

Mas a voz do Rouxinol ficou mais fraca. Suas asinhas começaram a bater e uma fina névoa embaçou-lhe os olhos. Cada vez mais baixo ele cantava, e sentia algo a lhe apertar a garganta.

Então de seu peito irrompeu uma derradeira explosão de música. A Lua muito branca escutou-a e esqueceu-se da aurora, demorando-se no céu. A rosa vermelha escutou-a e, toda trêmula em êxtase, abriu suas pétalas no ar frio da manhã. Eco a conduziu até sua púrpura caverna nas colinas e acordou de seus sonhos os pastores adormecidos. Ela flutuou por entre os juncos do rio, que levaram sua mensagem ao mar.

- Veja! Veja! - exclamou a Roseira - A Rosa está pronta.

Mas, o Rouxinol nada respondeu, pois jazia morto no gramado com o espinho cravado no coração.

Ao meio-dia, o Estudante abriu a janela do quarto e espiou lá fora.

- Ora essa! Que sorte incrível! - exclamou - Uma rosa vermelha bem aqui! Nunca vi uma rosa como esta em toda minha vida. É tão deslumbrante que certamente deve ter um nome bem comprido em latim.

Então inclinou-se e arrancou a flor. Depois colocou seu chapéu e, com a rosa na mão, correu até a casa do Professor. Sentada à porta com seu cachorrinho deitado a seus pés, estava a filha do Professor, enovelando um carretel de seda azul.

- Você disse que dançaria comigo se eu lhe trouxesse um rosa vermelha - lembrou-lhe o Estudante. - Aqui está a rosa mais vermelha do mundo. Você vai usá-la junto ao peito esta noite e, quando estivermos dançando, ela lhe dirá quão grande é o meu amor por você.

A garota franziu as sobrancelhas.

- Não creio que ela combine com meu vestido - respondeu. - Além disso, o sobrinho do Tesoureiro da Cidade enviou-me jóias de verdade. E todo mundo sabe que jóias custam muito mais que flores.

- Palavra de honra que você é muito ingrata - disse o Estudante, nervoso.

E atirou na rua a rosa, que foi parar na sarjeta, onde acabou esmagada pela roda de uma carroça qualquer.

- Ingrato! - exclamou a garota. - Sabe de uma coisa? Você é muito grosseiro. Além do mais, não passa de um Estudante. E nem ao menos usa sapatos com fivela de prata, como os do sobrinho do Tesoureiro. Inacreditável!

Levantou-se então da cadeira e voltou para dentro de casa.

- Que tolice é o amor - refletiu o Estudante, enquanto retornava. - Não tem nem a metade da utilidade da Lógica. Além de não provar coisa alguma, está sempre iludindo as pessoas e fazendo-as acreditar em inverdades. Com efeito, não tem praticidade alguma. E, como hoje em dia praticidade é tudo, voltarei à Filosofia, vou estudar Metafísica.

De volta ao seu quarto, o Estudante retirou da prateleira um grande e empoeirado livro e começou a ler.

Oscar Wilde

domingo, 28 de junho de 2009

REFINANDO OS SENTIDOS


Em algumas etapas do nosso aprendizado evolutivo, nos deparamos com questões iminentes que temos que fazer o NECESSÁRIO no momento e não O QUE PODERIA SER FEITO sob uma análise mais apurada.
O UNIVERSO NOS ENSINA QUE AÇÃO E REAÇÃO SÃO IMEDIATAS! Ele não nos julga com parcimônia..mas por MERECIMENTOS!
Aprendi nessa semana que existem pessoas que MERECEM estar numa condição de ''penúrias e dificuldades'' e que na maioria das vezes elas cavam seu próprio buraco sob os pés e estarão nessa condição ATÉ APRENDER a NÃO usar de má fé,reclamar de tudo,ser desonesta, dentre outros fatores.
Acolhi uma pessoa,procurei desde o início ser franca com ela.Dei-lhe suporte material, espiritual, conselhos, e agi com AMOR e SOLIDARIEDADE diante de seus infortúnios.Mas,a ''sábia'' que mora dentro de mim me avisava:

'_ Ela está tendo o que buscou, se você se envolver, estará trazendo para si mesma a parcela da carga dela!''

Dito e feito.Ela foi TOTALMENTE DESONESTA comigo e ainda me trouxe uma carga que não me pertencia.Porém,HOJE cortei todos os vínculos e reenvidiquei do Universo meus CRÉDITOS,e pedi por JUSTIÇA!

Todos temos direitos e deveres no sentido mais amploooooo seja nesse plano ou no plano SUPERIOR.
Quando por alguma razão ALHEIA à nossa vontade,terceiros adentram nosso espaço sagrado e em condições de VÍTIMAS roubam nossa atenção,nosso tempo,nossa energia e AINDA nos trazem ''cargas'' estamos no DIREITO de arregaçar as mangas e moldar a ORDEM dentro do CHAOS.Pegarmos nosso instrumentos de ofício, abençoà-los e direcioná-los dentro do que nosso livre-arbítrio, nossa experiência e habilidades nos permitem.Para quem conhece bem o SEU LUGAR NA TEIA,e o fluxo e refluxo de algumas ondas do mar...é questão apenas de TRABALHAR!

POR OUTRO LADO, graças à figuras assim, podemos ''refinar'' nossos sentidos e aprender lições valiosíssimas de que NEM TODO MUNDO QUE PEDE SOCORRO MERECE SOCORRO!

Agradeço ao Universo pela oportunidade de exercitar meu discernimento e intuição!


Drull*

quarta-feira, 24 de junho de 2009

MISTERIOS FEMININOS



"O Vaso da Transformação só pode ser efetuado pela mulher, porque ela própria, em seu corpo que corresponde ao da Grande Deusa, é o caldeirão da encarnação, nascimento e renascimento. E é por isso que o caldeirão mágico está sempre nas mãos de uma figura humana feminina, a sacerdotisa e a bruxa".
(Erich Neumann)



MISTÉRIOS FEMININOS - Enviado por Eliane Stoducto
Raven Grimassi


A Wicca é, entre outras coisas, essencialmente um culto lunar no qual residem os Mistérios Femininos da Antiga Europa. Os Mistérios Femininos podem ser divididos em três categorias principais: os Mistérios das Tríades, os Mistérios do Sangue e os Mistérios Obscuros. Cada um deles contém em si outros aspectos relativos dos mitos associados nos quais residem.

Os Mistérios das Tríades Femininas são compostos dos seguintes aspectos: Preservação, Formação e Transformação. Estes se relacionam aos mistérios mundanos, segundo os quais as mulheres tradicionalmente exercem domínio sobre o lar, a mesa e a cama.

Em tempos longínquos, os símbolos do poder de uma mulher estavam ligados a essas facetas da vida humana. A vassoura, o caldeirão, a lareira e o travesseiro eram símbolos de seu reinado doméstico. Em tempos antigos, as mulheres eram honradas por seu dom de alimentar a família - o lar era um local de estabilidade e tranqüilidade. As mulheres controlavam, direta ou indiretamente, todas as facetas da vida familiar e exerciam papel vital na comunidade.

Os Mistérios do Sangue (Consagração do Ventre) associam-se aos ensinamentos e ritos ligados à menstruação, ao renascimento dentro do mesmo clã e à magia sexual. Todos são conceitos extremamente antigos, que se originaram ao menos na Era Neolítica. Os Mistérios do Sangue são em sua maior parte exclusivos às mulheres e serviam para elevá-las na antiga estrutura dos clãs. O poder inerente a esses mistérios levava os homens a uma posição de anuência dentro dos primitivos cultos matrifocais. Dessa Tradição Misteriosa surgiu o clero matriarcal da Wicca.

Os Mistérios Obscuros envolvem elementos de natureza oculta. Sob essa categoria temos coisas como magia lunar, culto de Diana, de Hécate e de Perséfone, morte e renascimento, magia dos sonhos e, geralmente, elementos do "Outro Mundo". Esse é um dos mais perigosos, e talvez mais poderosos, aspectos dos mistérios. Sem dúvida, o poder pessoal resultante do domínio dessa tradição é a base do medo em relação às bruxas durante o período da Inquisição.

A Tradição dos Mistérios Femininos surgiu do fato de que as mulheres primitivas viam a si mesmas como um mistério. Havia uma necessidade de compreender coisas como o sangue menstrual, a gravidez e o parto. Esses elementos separavam claramente as mulheres dos homens, cujos corpos não apresentavam tais poderes. Para os humanos primitivos, certamente havia uma forma mágica em ação, e aparentemente ela só atuava sobre as mulheres do clã. Tal mentalidade resultou na elevação do status das mulheres e estabeleceu um sentimento de reverência entre os homens.

Originalmente, o clã funcionava como um grupo de indivíduos, uma consciência coletiva. Durante esse período, os Mistérios Femininos consistiam principalmente de ritos da fertilidade que envolviam o clã como um todo. A alteração da consciência pela qual o indivíduo (bem como as relações entre indivíduos) era importante, evoluiu gradualmente, dando origem a vários cultos interiores. Esses cultos eram extensões dos mistérios regidos pelas mulheres. Dessa nova estrutura, surgiram regras acerca das relações sexuais e da menstruação. As mulheres foram as primeiras a perceber a ligação entre o ato sexual e a concepção. As iniciadas aprendiam como evitar a concepção juntamente com os segredos da magia do amor.

Com o passar do tempo, os indivíduos passaram a se destacar por suas habilidades especiais ou qualidades exclusivas. A mudança fica bem evidente no culto do caçador-guerreiro dos Mistérios Masculinos, em que o mais valente e o mais forte possuía papel especial. Entre as mulheres, isso se desenvolveu mais na forma de práticas xamânicas. Certos indivíduos apresentavam uma singular afinidade com o mundo natural das plantas e dos animais, e possuíam alto grau de habilidades mágicas e psíquicas. Esses indivíduos, então, se transformaram em facilitadores dos ritos tribais, alguns secretos, outros públicos.



OS MISTÉRIOS DAS TRÍADES
A transformação de tribos de coletores-caçadores em comunidades agrícolas, foi um processo instituído pelas mulheres. Elas cuidavam do fogo e preparavam as refeições; eram o centro da própria vida. Eram, também, fundamentais à construção e manutenção de abrigos; eram tecelãs, atando e unindo, criando tramas para os telhados e outras partes essenciais da casa. Também criavam vasos para armazenar alimentos e transportar água.

Durante períodos nos quais os alimentos eram menos abundantes, as mulheres controlavam a utilização das provisões ao ocultar o alimento em silos de armazenamento subterrâneo. Os homens, geralmente envolvidos em caçadas, defesa contra inimigos da tribo ou executando trabalhos braçais, não tinham ciência das atividades das mulheres. Foi dessa prática de ocultar os alimentos que as mulheres aprenderam sobre os ciclos da vida vegetal. Tubérculos e diversos grãos enterrados no solo começaram a brotar ou se enraizar, possibilitando às mulheres a primeira observação do cultivo. Habilidade em transformar barro em cerâmica e sementes em plantas foi a base para os Mistérios da Transformação. Deles evoluiu o conhecimento do preparo de poções herbais ou bebidas intoxicantes.

Tais descobertas e associações estimularam a mente das mulheres e elas desenvolveram uma consciência diferente da dos homens. As mulheres passaram a pensar em níveis mais expansivos, rompendo com as barreiras do pensamento primitivo. Os homens estavam mais concentrados nas ligações imediatas; o rastro recente de um animal significando que estava por perto, a distância a que uma lança podia ser atirada, e assim por diante. Isso estimulou diferentes modos de consciência para os homens, e eles evoluíram por um caminho mental diferente do das mulheres. Cada uma dessas mentalidades era necessária para o bem-estar do clã; sem esse equilíbrio, muito provavelmente não estaríamos aqui hoje.

O fato de que as mulheres eram, geralmente, responsáveis pelas crianças do clã, significava que elas permaneciam próximas à aldeia. A aldeia era relativamente mais segura do que a vastidão onde o perigo dos animais selvagens e dos intrusos nômades constituía uma ameaça real. Fora desse cenário, as mulheres naturalmente iniciaram a formação de sistemas sociais. Nos Mistérios da Formação, a estrutura social era matrilinear. Somente após o homem tomar ciência de seu papel na procriação, foi que esse sistema começou a se alterar. Entretanto, em algumas partes do mundo atual – como na áfrica e na América do Sul, as sociedades matrilenares ainda existem.

As mulheres estabeleceram certos fatores sociais para controlar os naturalmente fortes desejos sexuais dos homens. No livro Blood Relations – Menstruation and the Origins of Culture (Yale Univ. Press, 1991), de Chris Knight, encontramos muitos exemplos interessantes de tais estruturas sociais.
Knight teoriza que as mulheres entravam em greves sexuais para forçar os homens a sair em caçada. Retornar com carne fresca, significava o fim da greve - uma troca de sexo por alimento. Para que os homens não se preocupassem com a possibilidade de os jovens desfrutarem de privilégios sexuais durante sua ausência, as mulheres criaram tabus quanto ao coito entre irmãos e irmãs, mães e filhos. As mulheres também desenvolveram um relacionamento entre irmãos e irmãs, para que os interesses sexuais de outros machos que permanecessem na aldeia fosse inibido pelos irmãos das mulheres. Do mesmo modo como controlavam o fogo que cozinhava seus alimentos e transformava o barro, as mulheres também controlavam o fogo da natureza sexual do homem.

Assim, encontramos no antigo papel das mulheres, os mistérios da preservação, formação e transformação. Desse essencial papel, surgiram as tradições internas associadas a suas necessidades privadas e pessoais. O sistema de tabu foi originalmente criado pelas mulheres para se abster das exigências/necessidades da comunidade e, então, concentrar-se nos mistérios que as afligiam: menstruação, gravidez e parto.


OS MISTÉRIOS DO SANGUE
No livro Sacre Pleasure – Sex, Myth and Polítics of the Body (HarperCollins, 1995), Riane Eisler nos relata que os pigmeus BaMbuti, da floresta do Congo, referem-se à menstruação como "ser abençoada pela Lua". Não há, naquela cultura, nada de aparentemente negativo associado ao período da menstruação.

O primeiro sangue menstrual é comemorado com uma festa chamada "elima", que envolve toda a aldeia. Após sua primeira menstruação, ser novamente abençoada pela lua no futuro é simplesmente visto como parte natural da vida da mulher, e não há nenhuma celebração posterior associada a isso. Não existem tabus ligados ao período menstrual e isso, talvez, represente bem a antiga mentalidade não-judaico-cristã.

O fluxo de sangue e seu cessar estão ambos intimamente ligados aos Mistérios Femininos. Menstruação, gravidez, parto e menopausa são aspectos do ciclo vital de todas as mulheres. O sangue, ou sua ausência, assinala naturalmente os estágios de transformação de uma mulher, desde a ruptura do hímen ao sangue do parto, ao fim dos sangramentos na menopausa. Em tempos remotos, o modo como uma mulher usava sua guirlanda era um sinal externo de qual estágio de sua vida ela já havia alcançado.

Em Blood Relations – Menstruation and the Origins of Culture, Knight nos conta que os primitivos humanos que habitavam as florestas, dormiam na copa das árvores sob o céu noturno. Os ciclos de luz da lua apropriadamente influenciavam os ciclos menstruais. A pesquisa de Knight indica que, na maioria das mulheres, o ciclo menstrual começa durante a lua nova e ela ovula por volta da lua cheia. Luisa Francia, em seu libro Dragon Time – Magic and Mystery of Menstruation (Ash Tree, 1991), também afirma que as mulheres que vivem e dormem ao ar livre (longe das luzes artificiais) estão sintonizadas a esse ciclo.

Knight apresenta algumas interessantes descobertas da biologia feminina. Um estudo sobre a duração de 270.000 ciclos de mulheres, representando todas as idades da vida reprodutiva, revelou o seguinte: a mais alta percentagem simples das mulheres do estudo, menstruaram durante a lua nova. A segunda percentagem mais alta, menstruou durante a lua crescente e apenas 11,5% menstruou durante a lua cheia. Essa pesquisa também indica que a maioria das mulheres mostraram um ciclo menstrual de 29,5 dias. Esse ciclo apresentou-se também como o mais fértil. O estudo ainda trouxe à descoberta de que mulheres heterossexuais que praticavam sexo com regularidade semanal, possuíam ciclo mais intimamente ligado ao ciclo da lua do que mulheres cuja vida sexual era de natureza esporádica ou celibatária. O estudo também indicou que os feromônios masculinos podem estar envolvidos no alinhamento do ciclo menstrual ao chamado ciclo "normal" que se inicia com a lua nova.

Nos Mistérios Femininos, vemos que o sangue menstrual era mais do que o indicador do ciclo de fertilidade de uma mulher. A vagina era vista como um portal mágico através do qual a vida surgia de uma misteriosa fonte interna. Na religião matrifocal, era um portal tanto para a regeneração física como para a transformação espiritual. As mulheres estão mais sintonizadas à sua natureza psíquica durante a menstruação. Uma vez que o fluxo de sangue menstrual tende a absorver energia, as mulheres estão mais aptas a curar os outros durante esse período. Assim, mulheres em menstruação podem absorver a energia dos outros e aterrá-la através de seu próprio sangramnto físico. Uma vez que o sangue é lançado à terra, a energia é neutralizada e a cura pode ter início na pessoa adoentada.

O sangue menstrual era, também, utilizado para fertilizar as sementes para o plantio, passando a essência da vida a elas. Campos eram, por vezes, borrifados com uma mistura de água e sangue menstrual para estimular o crescimento. As sementes e plantas absorviam um pouco da energia antes que o solo neutralizasse a carga. Xamãs femininos também transferiam cargas mágicas aos campos cultivados através do sangue menstrual, criados para influenciar a mente grupal da comunidade que se alimentaria da colheita. Durante a Idade Média, as bruxas eram constantemente acusadas de enfeitiçar as plantações...

Outra função do sangue menstrual, era a de ungir os mortos. Acreditava-se que isso asseguraria seu renascimento, graças às propriedades vitalizantes do sangue que jorrava do próprio portal da vida. Durante o Neolítico e o início da Idade do Bronze, na Antiga Europa, a região do Egeu testemunhou a criação de tumbas redondas com pequenas aberturas voltadas para o leste, na direção do sol nascente. Essas tumbas representavam o ventre da Deusa, e a abertura era a sua vagina. Vasos sagrados eram utilizados para coletar o sangue menstrual para ungir os mortos. Eram vasos da fertilidade, luz e transformação. Os mortos eram ungidos com sangue menstrual e posicionados no interior das tumbas. A luz do sol nascente simbolizava a renovação e a regeneração, enquanto penetrava na abertura da tumba (o falo solar penetrando a vagina telúrica). Posteriormente, essas tumbas terrenas evoluíram na forma de montes, remanescentes do Culto ao Mortos.

Em Sacred Pleasure, Riane Eisler relata como os ritos e cerimônias funerários pré-históricos incluíam atos sexuais. Tais atos visavam conectar a tumba à energia da procriação. Símbolos espirais eram constantemente gravados em tumbas neolíticas como sinais da regeneração. Também simbolizavam a transformação xamânica da consciência que empregava cogumelos alucinógenos. Os cogumelos têm fama de afrodisíacos e sua semelhança com a genitália masculina ficava certamente evidente aos primitivos europeus. A rapidez com que os cogumelos crescem e desaparecem também contribuiu para sua associação com o falo. Assim, podemos facilmente associar as danças extáticas com os ritos funerários da magia do sangue.

Nos Ensinamentos Misteriosos, a magia do sangue está ligada às fases da lua. A lua cheia inicia a ovulação e simboliza os poderes de transformação da energia lunar (e, por conseqüência, da energia feminina). Por seu aspecto fértil no ciclo de uma mulher, a lua cheia é o período da mãe. Durante essa fase, é melhor formular e visualizar o que quer que seja desejável na vida de um indivíduo. As imagens mágicas lançam raízes durante essa fase, e o sangue é carregado com quaisquer formas de pensamentos que direcionamos a ele. A lua minguante põe em movimento o que foi concebido durante a lua cheia, para que se manifeste. É um período para estabelecer as conexões com o mundo físico, que irão auxiliar o fluxo de energia relacionada rumo aos desejos do indivíduo. A lua nova libera o sangue carregado do caldeirão mágico do ventre. A energia mágica é, então, usada e é tempo para reflexão e introspecção. A lua crescente é um período de potencialização, de leitura e estudos, preparando o solo fértil do ventre para a semente mágica que será plantada na lua cheia.


OS MISTÉRIOS OBSCUROS
Os Mistérios Obscuros tratam da natureza oculta das coisas e da essência secreta, tanto das coisa físicas como das espirituais. O mito dos Mistérios Obscuros se reflete em mitos como os de Deméter e Perséfone.

Nesse antigo mito, encontramos o tema da Deusa que se encontra com o Senhor do Submundo, a princípio resistindo e, em seguida, submetendo-se a seu amor. Nele, Perséfone representa a semente que desce às trevas subterrâneas onde sua energia fértil é despertada. O Submundo representa a misteriosa força que impele o broto para cima, rumo à renovação. Deméter representa a energia que alimenta o crescimento da nova planta. Esse mito greco-romano, é típico dos mitos de descidas surgidos pela primeira vez na Mesopotâmia, e que migraram através do Egeu/Mediterrâneo, sendo, por fim, abraçados pelos celtas.

Os Mistérios Obscuros estão relacionados a diversas criaturas comumente associadas às bruxas e magia de modo geral. O corvo era associado à morte e ao submundo por sua ligação com o Culto dos Mortos. Acreditava-se que a alma das bruxas escocesas partiam na forma de um corvo durante o transe.

O porco era um animal sacrificado a Deméter e, também, surge em mitos ligados à bruxa grega Circe. Em tempos remotos, acreditava-se que o sangue de porco era o mais puro entre todos os animais e tinha o poder de purificar a alma, eliminando o ódio e o mal. Era associado ao Culto aos Mortos e muitos locais de sepultamento incluíam porcos ofertados às deidades do submundo.

Outra criatura associada aos Mistérios Obscuros é a rã. As secreções de certas rãs contêm bufotenima, poderoso psicotrópico alucinógeno. Suas secreções eram utilizadas no preparo de certas poções empregadas na indução a estados de transe. Certos cogumelos, como claviceps purpúrea e amanita muscaria, também eram empregados com as secreções da rã. É interessante notar que o claviceps purpúrea se forma nos grãos de centeio e sobrevive na farinha, onde é chamado de cravagem. Aqui encontramos um elo com a utilização de pão e vinho no Sabba.

Por mais desagradável que possa parecer às sensibilidades modernas, os antigos descobriram que as propriedades alucinógenas dos cogumelos ficavam altamente concentradas na urina de quem quer que os consumisse. Por estranho que pareça, esse foi o início dos Ensinamentos Misteriosos de destilação e da fermentação. Através da experimentação xamânica, outros fluídos corporais foram explorados na busca de propriedades ocultas, incluindo o sêmen, as secreções vaginais e o sangue menstrual. O emprego de fluidos corporais com finalidades mágicas é um dos aspectos da Bruxaria que forma distorcidos pelos princípios judaico-cristãos, transformando em obscenidades pervertidas.

A ligação dos fluidos a propriedades mágicas também se estendeu ao sumo de plantas, frutas e legumes. Acreditava-se que a Lua exercia influência sobre o crescimento das plantas e, também, sobre sua natureza espiritual ou mágica. Os efeitos de venenos, remédios e intoxicantes eram, a princípio, atribuídos aos poderes mágicos do espírito que habitava o interior da planta. O processo de transformação de fruta em suco, pela fermentação, foi praticado por xamãs femininas sob os auspícios da Lua. Disso surgiram as imagens de bruxas mexendo poções mágicas sem seus caldeirões.

Nos Mistérios Obscuros, a Deusa pode surgir como Aquela que Traz a Vida e a Morte, a Criadora e a Destruidora. Ela cria tempestades, chuva e orvalho, os quais podem ser tanto benéficos quanto destrutivos, especialmente para comunidades agrícolas. Do mesmo modo que a Deusa envia a água, ela também envia o fluxo do sangue menstrual.

A Lua rege as marés da Terra, bem como a das mulheres. Líquidos sempre foram símbolo da presença mística da Deusa. Seus santuários eram geralmente estabelecidos em grutas onde a água jorrava dentre as pedras. Cerimônias envolvendo a coleta e o derramamento de água são comuns em seus ritos, onde jarros com bicos fálicos eram utilizados em seu serviço.

Esther Harding (em The Women’s Mysteries, Harper Colophon Books, 1976) relata as antigas cerimônias de chamar chuva dos cultos matrifocais (que os homens eram proibidos de observar). As mulheres se reuniam nuas num curso de água e derramavam água nos corpos umas das outras. Geralmente isso envolvia a concentração numa sacerdotisa que representava a Deusa da Lua.

A ligação essencial dos Mistérios da Deusa com as mulheres, ocorre sempre através dos fluídos, seja simbólica ou fisicamente. A mente subconsciente está associada ao elemento água, assim como as emoções em geral, e estas, por sua vez, estão associadas à natureza feminina.

Onde os Mistérios Femininos não refletem a psique de algum modo, eles podem ser encontrados em associações com os fluídos corporais das mulheres. Um dos aspectos da Antiga Religião era o de objetos serem abençoados através do contato ou da inserção na vagina de uma mulher nua deitada sobre o altar.


http://www.femininoplural.com.br/artemis/nos.htm

AWEN



As brumas se abrem novamente... ouço o cântico dos pássaros nas
florestas como outrora;
As Dríades saúdam a chegada de mais um novo ciclo.
As estrelas emitem uma luz singular e contínua...
Os pássaros gorjeiam a sinfonia de novos tempos...
Os Deuses em conclave oculto tomam nova decisão; tecem novas veredas
para a andarilha noturna.
A nudez não mais,
Nem a vergonha do abandono.
Lágrimas não mais....
Não importam as cicatrizes das batalhas, mas a honra de se ter
lutado, mesmo que sangrando.
Esse é o espírito grandioso e invencível, a Alma de Tudo. Está acima
de todas as verdades. É a inspiração dos bardos, os passos do
guerreiro aprendiz, a iluminação que toca com suavidade e doçura a
mão das parteiras na concepção sagrada entre vilarejos.
Conduz a palavra do Sacerdote e a sentença do Juiz.
O orgulho de pertencer à uma tribo de honra e valor, que subsiste
aos ataques dos inimigos com ousadia e sabedoria, entre as brumas
dos portais que só uns poucos têm resguardado acesso.
A certeza de que em cada aurora, o orvalho molha nossos campos,
trazendo frescor e renovação às nossas terras.
E em cada roda, a colheita é farta e próspera, graças às bênçãos de
nossos Deuses.
Assim, hoje e sempre, mais uma vez entre outras vezes, está o selo
que nos certifica de quem somos e o que trazemos em nosso sangue, em
nossa memória... em nossas almas imortais.

DRull

GRANDE MAE

Dai me sabedoria no meu agir
Discernimento ao intervir...
Entendimento e serenidade no trilhar
Amor por onde quer que eu passar...
Espirito de guerra para enfrentar
desarmonias e injustiças que
pairam pelo ar...


Semeando harmonia,
Tecendo equilibrio dia a dia
Fazendo boa romaria,
Espalhando cura e alegria...


Nas luas que se seguirao
em TODAS apenas UMA,
pelo brilho do olhar,
no poder da saudaçao,
Seja eu hoje e para sempre,
A sábia do caldeirao!


DRull

terça-feira, 23 de junho de 2009

SOMBRA SENSUAL


Quando se trata do tema ''luz e sombra'' nos deparamos com uma série de explicações psicológicas, místicas,religiosas,e são inúmeras as concepções, dissertações, teses....etc..
Eu, particularmente, procuro compreender e tirar minhas conclusões acerca da importância da minha sombra, através dela mesma.Permito que ela se revele, me ensine, complete minha luz, numa dança sensual onde as duas se tornam ''uma'' me fazendo ''una'' e perfeitamente feliz e harmoniosa com o ''TODO'', nessa envolvente Rede Cósmica. Hoje foi um dia que alimentei a dualidade.Dexei-me envolver e ouvi a voz quente e rouca que pediu para se manifestar por alguns instantes...poderosamente significativos!Ah!...ao som de ''Energize me'' ( After Forever)...com o vinho esquentando meu coração...dancei a dança que uma verdadeira sábia conhece...uma dança sem fim... compassada... que não nos deixa cair, mas só nos eleva...como aquele orgasmo profundo..SAGRADO.MÁGICO!
SALVE, SENHORA NOITE!No teu silencio, também aprendemos!

Drull*

sábado, 20 de junho de 2009

FECUNDANDO E ENGRAVIDANDO...


Recentemente, estou tendo umas inspirações maravilhosas que estão me conduzindo para uma nova experiencia mágica.Dessa vez, com minha filha de 10 anos!...rs pois é...
Faz 3 semanas que coloquei em prática a idéia de juntar meu conhecimento enquanto Educadora com a necessidade dela de respostas.Resolvi iniciá-la no auto-conhecimento através do Tarot de Marselha, pela Jornada do louco.
O tempo em que ela foi educada pela minha mae ( in memorian) acumulou experiencias praticas de Magia Natural por observaçoes e interaçoes com o ''externo''.Pelo Tarot, e através de uma exploraçao bem didática para o ensinamento dos arcanos e seus arquetipos, ela será conduzida a construçao de suas elaboraçoes, identificaçoes, comparaçoes,associaçoes, num constante processo de interiorizaçao. Está sendo muito proveitoso ,e cada vez mais, noto que a forma simples e natural em que o clima das construções vão se desenvolvendo, ela responde aos estímulos, revela curiosidade O que acho bárbaro e respeito demais no Universo Infantil.

Abençoados sejam nossos dias de aprendizado juntas, nessa jornada mágica pelo TAROT DE MARSELHA!

DRull*

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Chama Eterna


O tempo pode passar, mas a certeza de que a vida é bem mais do que nossos olhos podem vislumbrar, deve sempre aquecer nossos corações.Isso não é utopia, na verdade quem se permite sugar a intensidade de cada momento, de cada experiência, consegue se superar.Está pronto para novos desafios..novas conquistas!
Não há limites para renovações,mudanças;contudo,a responsabilidade sobre nossos atos, palavras e pensamentos é que darão as proporções de ''créditos'' e ''débitos'' com os princípios universais de ação e reação.Esse ciclo é contínuo e se renova.Por isso, ponha lenha nessa imensa fogueira que se chama vida!!!


DRull*